Escrevo com lápis de carpinteiro
esse evangelho profano
Dilapido com a navalha
sua ponta quadrada com grotescas
carrancas
e totens de povos pagãos
Cuido do vinho e piso a uva
de Noé embriagado
Destilo os ácidos
que dão forma e beleza ao corpo
de Caim
Me deito na lua, me masturbo
e fecundo o útero de Lilith
Escrevo com lápis de carpinteiro
todas as palavras malditas
e os rascunhos que deus não
permitiu
E porque o Senhor não permitiu
é que desenho com lápis de
carpinteiro
a Babel dos sonhos dos esquecidos