segunda-feira, 15 de agosto de 2011

As Estrelas e as Luzes da Cidade





Luzes artificiais ofuscam a perspectiva da imensidão
As galáxias, inconcebíveis, lá em cima
Mas invisíveis aos homens aqui embaixo
Presos aos néons que eternizam a beleza das mercadorias.
Alienação de luz...

Toda poeira cósmica arrasta um bocado de nós,
Toda forma de poder contém nosso medo,
Toda célula reproduz a nossa vontade,
Todo quantun reconhece seu destino.

As luzes da cidade são nosso medo da escuridão
E as estrelas, nosso medo de revelação.
Somos carne e feixes de luz,
Queremos céu, queremos chão
Temos asas, temos tesão
Aos anjos oferecemos nossa alegria,
Aos demônios, nossa orgia
E para a terra deixamos nossas sementes:
luzes, neons, sombras, ilusões, projeções...
e outros rascunhos pixados nos muros.

Que importa as galáxias lá em cima?
Aqui, no centro da cidade, amamos sem pudor...!

Cernov