segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MITOS DE PASSAGEM

Ilustração: William Blake

Tudo corre velozmente pela janela do carro,
Eu dirijo o veículo, acelero no tempo
Deslumbro as paisagens, os rompimentos das barragens
(Rio dos budas, xivas, cristos e maomés)
Percorro a trajetória dos deuses
Ando sobre os corpos dos homens
Piso na supremacia dos césares
E despedaço as estruturas dos átomos.

Tudo corre velozmente pela janela de meu quarto
Eu sigo as estrelas, trafego no vácuo
Desvendo as fórmulas, as matrizes do tempo
(Aceno para newtons, einsteins, platãos e marxs)
Percorro o mapa das almas
Caminho sobre as existências
Levito na vacuidade da matéria
E destroço as probabilidades dos qantuns.

Depois de tudo isso eu nada sei
Nada guardei...
(os historiadores é q se ocupem de meus processos!)
Pois só me lembro qe caminhei
Rompi
Aprendi
Criei
Nada recusei
Destrui
Nasci
Morri
De tudo experimentei
Cuspi
Amei
Errei
Depois de tudo, transfigurei!
(os deuses morreram, as teorias perderam-se...
Só um pó de liberdade ali se deitou
E a vontade de inocência era meu maior segredo!)

Nas janelas dos carros
E nos qadros absurdos de meus qartos
Novas paisagens modularam-se
Uma profusão de dna´s chocaram-se com as galáxias
Outros eus ali nasceram e morreram
Zilhões de horizontes plasmaram-se.
Embora tudo parecesse tão essencial,
Tudo qeresse ser tão meu,
Com nada fiqei...
Pois só qeria mesmo é estar de passagem!

Cernov

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