domingo, 14 de outubro de 2012



Escrevo com lápis de carpinteiro
esse evangelho profano
Dilapido com a navalha
sua ponta quadrada com grotescas carrancas
e totens de povos pagãos
Cuido do vinho e piso a uva
de Noé embriagado
Destilo os ácidos
que dão forma e beleza ao corpo de Caim
Me deito na lua, me masturbo
e fecundo o útero de Lilith
Escrevo com lápis de carpinteiro
todas as palavras malditas
e os rascunhos que deus não permitiu
E porque o Senhor não permitiu
é que desenho com lápis de carpinteiro
a Babel dos sonhos dos esquecidos

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