No vão de cada parábola
Na orelha rota dos evangelhos
desenhei os protótipos do tempo
maqinas santas
Quis voar no céu da terra
Projetar sonhos que ainda viriam
(já tão concretos dentro de mim)
Abria novas cortinas
Sentia a promessa
Tinha sangue de profeta
E engenhos milagrosos
Mas não libertei ninguém
Não fiz voar seqer algum anjo
mecânico
Ficou meu sudário tatuado na pele
do tempo
No suor dos fabricantes de néons
No sangue das crianças das
fábricas
Nos homens-maqinas que bebem vodka
Pra esquecer o dia de tanto
trabalho
O futuro voou pra bem longe da
liberdade
E cá estou, preso imagem nos
manuais de impressoras
Nas linhas de montagem
Nos catálogos sagrados e no
imperialismo das técnicas
Enquanto jesus morria uma madona
sorria
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